Médicos denunciam caos na saúde de Cachoeiro

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“Vai começar a morrer gente!”. É com este alerta que 25 médicos que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cachoeiro de Itapemirim denunciam condições precárias de trabalho, desvalorização salarial, falta de chefia e de insumos que estão colocando vidas em risco. Os profissionais se reuniram na noite desta terça-feira (26) na Câmara Municipal para tratar do assunto.

“Em menos de uma semana, já ficaram quatro pacientes dentro da UPA, por mais de 24 horas, correndo risco de morte. Nós, médicos, compramos medicamentos e insumos para poder atender os pacientes”, disse um dos médicos, que preferiu não se identificar.

Eles explicam que, como não há um profissional responsável pelos médicos, ninguém na unidade teria respaldo legal para solicitar transferência dos pacientes. Segundo eles, a UPA ficou sem médico no sábado (23) e na segunda (25), à noite. Nesta terça (26), a prefeitura teria disponibilizado um profissional de última hora.

“No momento (terça 26), temos dois pacientes na unidade: um em estado grave, sem vaga; outro, pouco menos grave, mas que já está lá abandonado por mais de 24 horas. Pedimos atenção, pois estamos largados”, disse um dos médicos ao Em Off.

Eles também reivindicam melhores condições de salário, uma vez que atendem mais de 300 pessoas em 24 horas. “Temos provas de fatos graves que ocorrem na UPA. Tudo isso não acontecia há mais de dois anos, por conta da organização; o caos passou a acontecer de dois meses pra cá, com piora nesta última semana”.

Há ainda denúncia de que o trabalho seria ilegal pelo fato da UPA não ter uma central de regulação, Samu e UTI móvel. “Além disso, cancelaram nossos contratos, sem nos dar férias e sem pagar a rescisão. Também retiraram o nosso segundo vínculo para colocar indicação política deles (governo), sendo que todo médico tem direito a dois cadastros públicos pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”.

Há a informação de que a cúpula da prefeitura estendeu o horário nesta terça-feira (26) para debater uma solução diante das denúncias da categoria. Ainda não há posicionamento oficial.

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