Além da falta de carne na maioria das escolas municipais de Cachoeiro de Itapemirim – situação que pode perdurar até o fim deste ano letivo – o Conselho Municipal de Alimentação Escolar de Cachoeiro de Itapemirim (CMAE) vai iniciar mutirão na próxima semana para averiguar, entre outras coisas, a data de vencimento dos alimentos nas unidades de ensino para evitar o desperdício diante da aproximação das férias escolares.
Nas últimas semanas, algumas escolas chegaram a ficar também sem ovos. No entanto, após averiguação do conselho, viu-se que foi problema de logística na entrega e o problema já foi resolvido. O foco principal agora é o bom aproveitamento da merenda.
“Ao ver a quantidade de alimentos que há no estoque das escolas, com base no cálculo a partir da planilha de controle de alimentação diária, vamos identificar a decisão entre a reposição para outros colégios, a elaboração de novos pratos ou a devolução ao fornecedor para este repor no início do ano seguinte”, explicou a presidente do CMAE, Adriana de Azevedo Rodrigues.
Os membros do conselho se reuniram na manhã desta sexta-feira (19), quando também estiveram presentes a reportagem do Em Off Notícias e o vereador Sandro Irmão. Na ocasião, foi explicada toda a forma de trabalho do CMAE, que tem minucioso controle desde a quantidade de alimentos que abastece as escolas, quantos alunos comem a merenda e a fiscalização do cálculo feito da ‘merenda x aluno’ de responsabilidade das manipuladoras – para evitar faltas e sobras.
“A manipuladora é responsável pelo cálculo per capita da merenda, diariamente. É obrigação ofertar a alimentação de acordo com os alunos que irão almoçar. Faltando alimento por causa de erro ou ausência de cálculo, o gestor ou a manipuladora arcam com a despesa da reposição”, esclareceu a presidente, que acrescentou que os alimentos devem ser pesados assim que chegam na instituição de ensino.
Validade curta
Em caso de alimentos em grande quantidade e com prazo de validade curto, a situação deve ser comunicada à Secretaria Municipal de Educação pelo gestor para providências de remanejamento.
O trabalho do Conselho Municipal de Alimentação Escolar do município é reconhecido nacionalmente. Inclusive, já recebeu prêmio de conselho mais atuante do Brasil, em 2014, e fez parte de vídeo institucional produzido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do governo federal, por ser modelo de atuação.
Falta de carne
Algumas escolas estão sem carne desde outubro. A Secretaria de Educação informou “que foi elaborado pedido de empenho para aquisição da proteína carne porém o fornecedor deixou de apresentar a certidão estadual, requisito obrigatório nas documentações, ficando impossibilitado de fornecer o produto até que a referida certidão seja apresenta na Secretaria Municipal de Educação, dessa forma, está sendo orientado através das nutricionistas responsáveis pelas unidades de ensino a elaboração de diversas receitas com a proteína ovos até que no prazo de 15 dias o fornecimento da proteína carne seja restabelecido”.
De acordo com o conselho, o referido prazo de 15 dias terminou nesta sexta-feira (19). No entanto, é possível, caso a questão administrativa seja resolvido, que não haja a entrega da proteína, uma vez que, por estarem próximas as férias escolares, as unidades de ensino não têm câmara fria para preservar a qualidade da carne até o retorno das aulas em 2022.