Na música de Chico Buarque, o refrão ironizava, uma vez que não era para mirar nas mulheres de Atenas; já o título deste texto tem o entendimento literal: as negras empoderadas são exemplos a serem seguidos.
Seus cachos, tranças, dreads e demais penteados de extrema beleza, assim como todo colorido que contrasta vibrante na pele negra, remete-nos a lembrar que somos originários de povos de terra quente, onde sempre houve muito verde, água e alimentos em abundância.
Somos seres humanos advindos de fortes reinados e de excelência intelectual nas áreas da escrita, astrologia e demais ciências fundamentais para a humanidade – aliás, somos filhos do berço desta humanidade.
O sorriso solto e o bailado elvovente das mulheres negras provam que não somos descendentes de escravos. Cordas e correntes – arrebentadas também da mente – não nos pertencem e nunca nos pertenceram. Não somos filhos de nenhum instrumento de tortura e genocídio. Há em nós a alegria do improviso de um partido alto.
Não pintamos Deus com as cores convenientes. O poder das mulheres negras, que as garante êxito em quaisquer desafios, mostram que temos as bençãos de Cristo, Olodumaré, de todos os Orixás, de Jah e da Virgem Maria. Religião pra quem é de religião.
Elas, no orgulho assumido da África triunfada no Brasil e no mundo, inspiram a nós, homens negros – de pele escura ou de plena consciência -, a fazer de nossa inteligência, garra e perseverança o chicote que estala nas costas do famigerado preconceito.