Desde sempre, as mulheres tiveram que lutar por seu espaço e direitos. Ainda hoje, a cultura enraizada da desigualdade de gênero reflete em como a mulher é vista no mercado de trabalho e, para obter cargos de liderança, elas precisam enfrentar muitos desafios.
A engenheira mecânica Fernanda Fontes teve que conquistar seu espaço, com luta e resiliência. Ela conta que desde a graduação precisou se impor ao lidar com a descrença de colegas e professores, que não acreditavam em seu potencial por ser mulher.
“Sempre tive colegas e professores que não me levavam a sério por eu ser mulher. Já tive entrevista de trabalho em que me disseram que achavam muito errado mulher atuando nessa área”, diz.
Hoje, exercendo um cargo de liderança como supervisora de manutenção, na COTRIN – Construtora Trindade, ela reconhece a importância de as organizações darem oportunidades para as mulheres, mesmo que em cargos tidos como “pesados”.
“Sabemos que a desigualdade de gênero é algo muito mais relacionada à cultura do que realmente à questão de ter ou não capacidade. O que observo em relação a mulheres e outras minorias que sofrem preconceito é que é algo enraizado. Mas, aos poucos, percebemos mudanças, aceitações, empresas interessadas em mudar isso. Precisamos enxergar que as pessoas podem ser boas profissionais independentemente de seu gênero”, aponta.
A desigualdade de gênero é um problema mundial e nenhum país conseguiu, em sua totalidade, acabar com esse desafio. No Brasil, no último ano, as mulheres ficaram ainda mais distantes desse ideal. De acordo com o Global Gender Gap Report (“relatório global de desigualdade de gênero”, em tradução livre), o país caiu da 92ª para a 94ª posição em um ranking que avalia 146 nações.
A queda na colocação corrobora a importância de organizações abrirem portas para o sexo feminino, mantendo as mesmas condições e benefícios oferecidos aos homens. A engenheira mecânica conta que, enfim, encontrou esse lugar de igualdade de gênero, sendo respeitada por homens e mulheres.
“Fui admitida na COTRIN para atuar como controladora de manutenção. Apesar de não ter experiência na área, recebi muita ajuda. Com seis meses de empresa, fui promovida a supervisora e, hoje, tenho liberdade para liderar uma equipe composta por 12 homens. Aqui, nunca tive problemas com meus liderados pelo fato de ser mulher”, explica.