Não te faltou alimento, mas a que preço?

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Por Wesley Mendes

 

Obviamente que você que é consumidor, que agora lê, pensa imediatamente que vou tratar do preço dos alimentos nas gôndolas dos supermercados; e vou sim, também.

Queridos, o leite não brota da caixinha e nem a carne do churrasco cai do céu, ou a cevada e lúpulo da cerveja, o algodão da sua roupa, o biodiesel do caminhão, o couro do seu sapato, o trigo que faz o pão, o queijo e o tomate daquela pizza, enfim, se nós formos enumerar a agropecuária que está presente no seu dia a dia… acredite: levaríamos muito tempo.

Seja na compra dos produtos locais dos pequenos agricultores ou na compra de produtos do agro de todo o Brasil, o nosso ‘negócio do agro’ é com você dona de casa, o trabalhador, os donos de restaurantes, ou seja, o consumidor final que de fato financia o agro.

Neste mercado não há espaço para insegurança na relação entre quem produz e quem consome. E agricultores e pecuaristas têm a exata noção de que não produzem um mero produto, mas o alimento de todo um povo.

A grande parte do que produzimos é consumida aqui no mercado interno; ao contrário do que muitos afirmam erroneamente, o foco do agronegócio brasileiro é o mercado interno, é você consumidor, e seguem os dados: “Do total de carne bovina produzida, 76,3% ou 8,01 milhões de toneladas tiveram como destino o mercado interno, enquanto 23,6 %, o equivalente a 2,49 milhões de toneladas foram destinadas às exportações”. Fonte: ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, Brazilian Beef Exporters Association – Perfil da Pecuária Brasil Sumário 2020. abiec.com.br

Há uma troca entre consumidores brasileiros e produtores rurais que permite que sejamos o agro que somos, e não se espante: temos o alimento mais barato do planeta, mas que é caro no seu bolso consumidor, e também é caro para o produtor rural produzir – portanto, ambos somos vítimas da mesma conta que não fecha, pois gastamos muito e ganhamos pouco. Cada produto que se produz no campo, e que durante a pandemia da Covid-19 tem nos mantido alimentados, tem um custo de produção cada vez mais alto.

Concluímos então que estamos todos nós, consumidores e agricultores, pagando um alto preço para fazer valer esse nosso contrato, esse contrato que diz que nós produtores produzimos alimento para você e para a sua família e você, como puder, continua valorizando os seus agropecuaristas brasileiros, capixabas e cachoeirenses.

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