Outubro Rosa: o desafio da equidade

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Sabina Bandeira Aleixo

médica oncologista, diretora técnica do Heci e presidente da ONG GAPCCI

 

 

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e, para 2024, estima-se a ocorrência de 73.610 novos casos, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Diante desse número, o diagnóstico precoce torna-se essencial para aumentar as chances de cura. Campanhas de prevenção buscam conscientizar a população sobre a importância de identificar o câncer nos estágios iniciais, quando a taxa de cura pode chegar a 90%, se o tumor for detectado enquanto ainda está restrito à mama.

O diagnóstico precoce do câncer de mama se baseia em exames de imagem, sendo a mamografia o principal método recomendado. A mamografia é uma radiografia da mama que consegue detectar nódulos ou outras alterações em fase inicial, mesmo antes de qualquer sintoma surgir. Mulheres a partir dos 40 anos devem conversar com seus médicos sobre a realização desse exame, enquanto as mulheres entre 50 e 69 anos são aconselhadas a realizá-lo a cada dois anos. Para mulheres com histórico familiar de câncer de mama, o exame pode ser recomendado ainda mais cedo.

Além da mamografia, é fundamental que as mulheres conheçam seus corpos e fiquem atentas a sinais como nódulos, alterações no formato das mamas, retrações na pele ou no mamilo, secreções e qualquer alteração suspeita. Esses sinais devem motivar uma consulta ao médico, que poderá indicar exames complementares conforme necessário.

Estudos recentes no Brasil têm investigado a relação entre fatores raciais e a incidência do câncer de mama. Dados mostram que mulheres negras têm maior risco de desenvolver subtipos mais agressivos da doença, como o câncer de mama triplo negativo (TNBC), associado a taxas de mortalidade mais altas. Esses estudos visam entender fatores biológicos e socioeconômicos que possam estar relacionados ao aumento de incidência e às diferenças de desfecho entre grupos, de forma a melhorar o diagnóstico e tratamento para todas as mulheres.

Na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, o Hospital Evangélico, referência no tratamento oncológico da região, registrou 310 novos casos de câncer de mama em 2022. Esse dado reforça a necessidade de garantir mais acesso a exames e cuidados para todas as mulheres, independentemente de cor ou condição socioeconômica. O diagnóstico precoce salva vidas, e, com maior acesso à mamografia e acompanhamento médico, todas as mulheres podem ter a chance de identificar a doença em sua fase inicial e aumentar as possibilidades de cura.

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