A informação nos bastidores da política cachoeirense é de que supostos indicados e filiados do PP, que tem como presidente do diretório municipal o vice-prefeito Jonas Nogueira, começam a ser exonerados na quarta-feira (26). Se verdade for, a razão é a divergência política entre o vice e o governo do prefeito Victor Coelho (PSB) que teve o seu ápice durante os debates sobre o projeto de lei do polêmico subsídio ao sistema de transporte coletivo.
Se assim o for, o Diário Oficial de quinta-feira (27) já estampará o ‘adeus’ aos comissionados que seriam ligados à sigla do coautor da proposta de ‘Uma Nova História’ para Cachoeiro.
Politicamente, entre os ex-parceiros de chapa, a ‘nova história’ os transporta para livros distintos, atualmente. E com um detalhe crucial: as suas ‘editoras’. Vamos lá, nesta metáfora: a ‘editora’ de Victor é a de maior estrutura da cidade; embora, o autor, hoje, não esteja mais em ‘lua de mel’ com seus ‘leitores’, não quer dizer que ele não consiga reverter pelos próximos dois anos. Afinal, ele tem plenas condições de ‘moldar o enredo’ e ‘grifar’ nas páginas em branco ‘textos’ que agradem (ou não) ao ponto de ser novamente ‘best seller’.
Já Jonas até teve (sem ignorar quaisquer méritos) o momento de se sentir um ‘Paulo Coelho’ com os 14.114 votos na última eleição. Daí, recolocou-se no cenário como concorrente de Victor no ‘mercado literário’, de ‘carona’ sentado à janela do coletivo. Mesmo que ele diga e que o discurso o abone, os ‘leitores’ só enxergam a disputa pelo ‘Jabuti’ e nunca um ‘fórum gramatical’.
Ainda na duplicidade, persigo a questão das ‘editoras’. Qual é a de Jonas? Nu e cru: aquela que, até o momento, debruça-se sobre o que a de Victor produz. Nesta, ele se apresenta mais como crítico do que como um autor. Afinal, os problemas de Cachoeiro não estão dentro de um ônibus.
Talvez, Jonas Nogueira deva incorporar aquele que um dia ensaiou ser candidato a prefeito, debatendo o todo – mostrando seu conhecimento macro do município – em detrimento de embates pontuais, como outro que pode o colocar em rota de colisão com o deputado Theodorico Ferraço (DEM) via ação criminal contra um jornalista da cidade.
Na cisão entre vice e titular, o governo pode perder, em tese, dois votos na Câmara Municipal: dos vereadores Wallace Marvila e Antônio Geraldo (na prática, este último nunca teve posicionamento de base aliada). No entanto, é improvável que isso aconteça, caso haja ‘amarração por cima’: afinal, o presidente estadual da sigla Marcus Vicente será secretário na gestão do governador diplomado Renato Casagrande, correligionário de Victor.
Em 2019, o prefeito precisa apresentar maior volume de ações e serviços públicos para tentar reverter as incompreensões e insatisfações que certamente abalaram a avaliação de seu governo, sob a pressão inflamada de inúmeros pré-candidatos a prefeito que surgirão. Jonas verá a necessidade não apenas de apontar o que faria se estivesse no lugar de Coelho, mas de reunir o seu diferencial diante também dos nomes que tentarão se estabelecer para 2020.