Há 134 anos, no dia 13 de maio, era abolida, por lei, a escravidão no Brasil. Esse processo, que demorou quase 400 anos para acontecer, foi fruto de muito suor e sangue de negros e indígenas escravizados pelos portugueses, que aportaram em solo brasileiro no ano de 1500. Ao contrário do que infelizmente ainda se aprende nas escolas, a abolição foi o resultado de muita luta, e não uma dádiva de uma “bondosa princesa”.
Toda essa luta resultou na emblemática data de 13 de maio, que é festejada anualmente no Quilombo Monte Alegre, interior de Cachoeiro de Itapemirim, desde 1888: é o Raiar da Liberdade.
Para marcar esse dia, além da tradicional roda de Caxambu – que já foi realizada este ano, na referida data –, a Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense produziu, com o financiamento do Funcultura da Secretaria de Estado da Cultura – Secult, uma série com três episódios, contendo depoimentos dos quilombolas de Monte Alegre, que falam sobre a festa e sua importância para o quilombo.
Essas entrevistas coroam o projeto também denominado Raiar da Liberdade, e a partir da próxima quarta-feira, dia 10, o público poderá conferir os três episódios da série no canal da entidade no YouTube, sempre às 19h. Confira o cronograma de publicação:
• Quarta-feira, dia 10/08: Episódio “O Caxambu Santa Cruz e o Raiar da Liberdade”
• Quinta-feira, dia 11/08: Episódio “A Festa Raiar da Liberdade”
• Sexta-feira, dia 12/08: Episódio “A Roda de Caxambu e seus Mistérios”
Maria Laurinda Adão, mestra do Caxambu Santa Cruz e descendente direta dos escravizados que fundaram o quilombo, é a guardiã dessa festa há mais de 60 anos. Ela destaca que, enquanto vida tiver, manterá viva essa tradição herdada de seus antepassados.
Para o professor e pesquisador Genildo Coelho Hautequestt Filho, diretor da série, “a escravidão é uma chaga ainda aberta em nossa sociedade que, infelizmente, continua sendo coronelista e preconceituosa. É na tentativa de mudar essa situação que eu concentro todo meu trabalho-militante, pois ainda sonho em viver em uma sociedade mais justa para todos e todas, independente do tom de sua pele.” Ele ainda pontua que “entre lembrar e esquecer, eles escolheram lembrar, rememorar todos os anos quanto sangue foi derramado para que conquistassem sua liberdade”.
Para acessar o canal da entidade no YouTube, basta buscar por “Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense” ou acessar shre.ink/m9Ot.
Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial de Cachoeiro de Itapemirim
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