Quarentena é racional, porém branda diante do colapso na saúde, avalia médico

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Daniel Junger

A falta de gestão, fiscalização e medidas punitivas já anunciavam o aumento de novos casos do novo coronavírus até o atual colapso na saúde. Isso é o que avalia o médico infectologista Daniel Junger, de Cachoeiro de Itapemirim. Para ele, já se tornou ineficaz esperar pela consciência das pessoas e que a quarentena iniciada nesta quinta-feira (18) – vai até o dia 31 – é racional, porém aquém do que exige a gravidade atual.

“Hoje, temos sanções mais rígidas, que ainda são muito pequenas em relação ao que o momento ruge. Temos um colapso na saúde pública. Isso exige lockdown para que não tenhamos mais casos. Lockdown de duas semanas surgirá efeito depois que ele acabar. Durante essas duas semanas, o aumento no número de casos se manterá estável, a demanda por leitos se manterá crescente, assim como a fila – o que aumenta as chances de fatalidade”, avalia.

“É responsabilidade de todo mundo termos chegado a este ponto. Estamos numa pandemia e não é culpa de A, B ou C; é culpa de A, B e C: sem fiscalização, aglomeramos, festejamos e criamos esta ameaça real”, disse. “Temos que ter consciência. Como não podemos apelar para a consciência de todo mundo, tem que ter maturidade e responsabilidade dos gestores ao cobrar isso daí”.

Daniel afirma que não houve empenho do poder público, em todas as esferas, para ter diminuição na velocidade da propagação da doença.

“O Espírito Santo esteve na zona de conforto até a semana passada, quando redesenhamos o mapa de risco. Tínhamos todos os estados vizinhos em situação bem pior que a nossa. A zona de conforto era para nos inspirar a redobrar os cuidados, a fiscalização das medidas de prevenção e não fizemos isso. Eu cidadão, donos de estabelecimento e gestores não observamos e não cobramos. Hoje, temos um colapso total na rede de saúde – pública e privada. Só as famílias que experimentam suas perdas que entendem a gravidade da situação”.

A previsão a curto prazo não é positiva. “As próximas semanas serão muito difíceis. Temos filas que crescem, leitos que não oferecem tratamento; e sim, suporte. Ter a oportunidade de chegar ao leito de UTI é ter apoio até a doença passar. Não há tratamento específico para Covid-19, que é uma doença grave e potencialmente fatal”.

Junger reforça que a fiscalização é a palavra chave nesta crise sanitária. “O termo quarentena está errado. Quarentena é quando estou suspeito de uma doença e fico isolado. Estamos com restrição de circulação, que era pra ser o lockdown. Mas, por motivos administrativos e tantos outros, tornou-se medida mais branda ao que se requer no momento”.

 

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