A falta de unidade dentro do PDT de Cachoeiro de Itapemirim pode ser observada nas distintas votações dos projetos de lei pelos três vereadores do partido: Alexandre Maitan, Diogo Lube e Carlinhos.
Neste fim/início de semestre, termina o mandato da atual presidência do diretório local, que poderá convocar a eleição; e será neste pleito a possibilidade de ver com total nitidez o racha que existe na sigla, sem dar chances à utilização da ‘independência’ como justificativa.
A heterogeneidade no PDT cachoeirense nasceu quando o vereador Alexandre Maitan percebeu que o deputado Rodrigo Coelho, recém-filiado ao partido, não iria apoiar a sua desejada candidatura para prefeito de Cachoeiro.
O projeto eleitoral de Maitan, à época, além de legítimo, fazia justiça ao bom político que é. No entanto, as suas qualidades não tiveram somadas a seu favor uma sustentável amarração política; ou seja, havia resistências no mercado político local e nenhuma sinalização favorável vinda de cima.
O apoio palaciano apontou para a candidatura de Jathir de Moreira (SD) e não teria visto com bons olhos o ingresso do deputado Marcos Mansur (PSDB) na disputa, para onde Maitan levou o PDT, colocando o ex-vereador David Loss como vice. É claro também que Alexandre tinha todo direito de não fazer a vontade palaciana e se indignar com a ausência do exercício da fidelidade partidária dos recém-chegados.
Em âmbito estadual, Alexandre é ligado ao deputado Da Vitória, que, junto com o também parlamentar Euclério Sampaio, faz oposição ao deputado federal Sérgio Vidigal dentro do PDT. Só que existe um porém: Vidigal tem a maioria no partido e foi quem abonou a ficha de filiação de Coelho.
Em Vila Velha, Euclério perdeu espaço no diretório, assim que uma comissão provisória foi instalada. Também por conta do clima ruim, há rumores que é possível que, até outubro, Da Vitória deixe a sigla e se abrigue no PSB ou PPS. Neste caso, pode justificar o fato de ser oposição ao governo que tem a sua liderança representada pelo PDT na Assembleia Legislativa.
Para entender a falta de alinhamento entre a vereança pedetista de Cachoeiro basta saber que Carlinhos entrou no partido via Rodrigo Coelho; Diogo, foi via David Loss, porém sua linha ideológica não pactua com a realidade do partido. E esse racha interno está concretizado também em ação judicial movido pelo PDT local contestando e querendo anular filiações de pessoas ligadas a Coelho.
Talvez aguardando o desfecho desta ação ou não, a verdade é que hoje a executiva não tem uma resposta sobre a realização da eleição. E como a sigla vive uma batalha interna, não seria surpresa repetir aqui o que aconteceu com os canelas verdes.