Questão de lados

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Por Tatiana Pirovani

 

Após a morte do ator Paulo Gustavo, alguns artistas amplificaram suas opiniões antibolsonaristas nas redes. Além de se manifestarem abertamente contra o Governo atual, esses artistas iniciaram uma espécie de levante contra pessoas que não se declaravam publicamente contra o Presidente Jair Bolsonaro.

Neste imbróglio, a atriz Juliana Paes veio à público dizer que não se sente representada por ninguém atualmente. Por mais que ela possa ter se equivocado em seus argumentos, o pensamento da atriz espelhou a mesma opinião de aproximadamente 27% de um eleitorado que rejeitaria a polarização – Pesquisa Exame publicada em maio.

Mesmo que esses percentuais tenham mudado, considerando os números do Ipec publicados em 25 de junho, ainda existe uma parcela da população que não gostaria de votar nem em um, nem no outro. Essa parcela representaria um eleitorado que gostaria de ter uma terceira opção, e que considera a polarização como uma política extremista e autoritária.

São as pessoas que votaram em Jair Bolsonaro pelo fato dele ser o candidato com potencial para tirar o PT do poder, mas que não compartilhavam 100% de suas ideias, ou as pessoas que não toleram o Governo atual, mas nem por isso são petistas. Em geral esse grupo de eleitores tem perfil mais moderado e mudam o enfoque do voto com tranquilidade, sem se prender às questões ideológicas.

Uma das esperanças para este eleitorado seria a constituição de uma terceira via, que poderia nascer do Centro. Os partidos de centro se baseiam (ou deveriam) na ideia do equilíbrio de ideais, sem radicalismo, podendo se classificar hora com determinado alinhamento político, hora com outro, e, ao menos em teoria, comprometem-se fortemente com a democracia, com o desenvolvimento e a desigualdade, ainda que haja um conhecido distanciamento dos partidos de centro das demandas sociais.

Dependendo do percentual de eleitores com esse pensamento, deve haver uma corrida pelos votos dessa parcela da população que prefere algo mais próximo ao meio. E parece que já começou… Lula vem se reunindo com lideranças partidárias fora da esquerda. E, apesar do centro ser considerado “velha política”, Jair Bolsonaro precisou se aliar a ele para conseguir governar. É. Pois é.

Enquanto muita gente está se digladiando nas redes por causa de lados, os possíveis principais candidatos às eleições de 2022 fazem o caminho inverso. Com isso, o centro ganha cada vez mais atenção de todos os lados.

Assim, caso não haja a formação de uma terceira via bastante consolidada, teremos como opção majoritária novamente os dois extremos, consequentemente, polarização. Mas o centro… o centro sempre estará lá.

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