A urgência para criar um benefício salarial aos secretários de Cachoeiro de Itapemirim e tentar adotar a mesma na apreciação da Câmara Municipal – o que não ocorreu – pode estar ligada a um acordo prévio com aqueles que vieram de outras cidades.
Nos corredores do palácio Bernardino Monteiro, a informação é de que tem secretário já anunciando que pedirá exoneração se o reajuste salarial, que consta no projeto de reforma administrativa, não for aprovado pelos vereadores.
De certa forma, é de se estranhar a velocidade para aumentar em 23% o salário dos secretários, sobressaindo, até mesmo, à justiça a ser feita àqueles que precisam ter os vencimentos nivelados ao salário mínimo – mérito destacado pelo prefeito Victor Coelho (PSB).
Como os secretários já estão nomeados e trabalhando, significaria que aceitaram a proposta feita por Victor antes de assumirem, considerando o valor que é pago aqui. Pelo menos, seria essa uma tese plausível.
Outra informação dos corredores palacianos é de que Victor ‘bateu na mesa’ em reunião realizada na quarta-feira (19) e cobrou realizações dos secretários: muito planejamento e pouca execução nas ruas. O clima teria ficado quente entre os integrantes do 1º escalão, que começaram a transferir a culpa da lentidão a outras pastas.
Na verdade, a maioria das secretarias estaria sendo prejudicada pela falta de organização no setor de licitações. A prefeitura está sendo tocada pelos contratos em vigor desde a legislatura anterior, por parte dos R$ 11 milhões de restos a pagar e pela adesão de atas nos certames.
Victor tem o compromisso de evitar uma implosão em sua equipe, que já está dividida entre os núcleos político, que teria se apoderado até da ‘autonomia’ de outras secretarias, e o da Mocal, que, sentindo-se isolado, caminha sem ânimo.
Esta é a primeira crise interna que dependerá exclusivamente do prefeito. Afinal, de um lado há quem possa ‘pular do barco’ por razões financeiras; do outro, quem perdeu a autonomia para o controle dos primeiros.
Todas estas questões serão trazidas à luz quando a Câmara Municipal se posicionar diante do aumento salarial dos secretários; isso se o caldo não derramar antes.