De olho em sua sucessão, para defender o legado após entregar o cargo no início de 2025, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho (PSB), já tem duas coisas definidas para construir o projeto eleitoral de 2024: nenhum diálogo com o PT e nem com o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Diego Libardi.
Victor foi entrevistado no podcast Em Off Tv, do jornalista Leandro Moreira, na última sexta-feira (8). Na ocasião, ele falou sobre as obras e projetos em execução no município; assim como aqueles que estão para sair do papel. E, claro, o tema ‘eleições 2024’ também entrou na conversa.
Ao ser perguntado, o prefeito não negou que o nome da secretária de Obras, Lorena Vasques, tem a possibilidade de ser o escolhido para disputar a prefeitura – embora também sublinhe que a escolha de um nome, no momento, não sobressai ao diálogo com a população.
“É uma possibilidade. O nome da Lorena tem se despontado porque ela foi uma pessoa que entrou num cargo onde geralmente é ocupado por homens, uma área de infraestrutura. E ela tem a visibilidade porque dá resultados; e não porque é mulher, é bonitinha, carismática… não. É porque dá resultados, mostra serviço. Isso é o mais importante. Isso deu visibilidade para ela. Pode ser uma possibilidade, como pode não ser”, disse Victor.
Sem diálogo
Já os adversários estão definidos. Diego Libardi (Republicanos) foi candidato a prefeito em 2020, naturalmente, opondo-se à gestão de Victor Coelho e conseguiu a 2ª colocação naquele pleito.
“Passada a eleição, ele veio candidato a deputado federal, fazendo algumas críticas que, ao meu ver, foram fora do tom. Na eleição para governo do Estado, ele se posicionou declaradamente contra o governador Renato Casagrande. Eu tenho o governador como o maior parceiro da cidade de Cachoeiro. Não tenho nenhum tipo de preconceito ao Diego Libardi, mas politicamente ele traçou o caminho dele de ser oposição à nossa gestão e ao governador. Politicamente, não vejo nenhuma abertura de diálogo”, pontuou o prefeito.
Atualmente, Libardi compõe trio de consenso político-eleitoral com os deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Bruno Resende (União Brasil). Inclusive, Coelho revelou que as portas ao diálogo estão abertas aos parlamentares.
Sobre o PT, Victor disse que pediria licença de apoio caso o governador Renato Casagrande decidisse pelo projeto eleitoral do PT nas eleições municipais de Cachoeiro.
“Como herdei uma cidade de 8 anos de governo do PT, não desmerecendo – cada um deu a sua contribuição -, administrativamente, não é aquilo que fiz de mudanças na cidade. Não vou apoiar um projeto que vai voltar com a mesma filosofia que eu acho que não funcionou. Nada contra a figura do (ex-prefeito Carlos) Casteglione, das pessoas que militam no PT aqui, partido. É contra um modelo de administração”, falou Victor, que expôs ter boa relação com os deputados federais petistas Helder Salomão e Jack Rocha.
“Eu implantei um modelo de administração que acho que deu resultados positivos, nossos indicadores mostram isso. E que eu acho que se o PT voltar a governar vai voltar ao modus operandis que ele governou. Não acho isso benéfico para a cidade”.
PT
Confira na íntegra o posicionamento do diretório do PT de Cachoeiro de Itapemirim diante das colocações do prefeito. Segue abaixo:
“A questão administrativa alegada pelo Prefeito deve ser avaliada pelos órgãos de controle externo;
Quando o PT concluiu o seu oitavo ano de mandato, entregou a prefeitura ao final de nossa gestão, com todos os pagamentos em dia, tendo deixado em caixa mais de R$ 80 milhões para o próximo exercício (2017) e obras importantes contratadas junto ao Governo Federal, como, por exemplo, a reforma do Centro de Saúde e do Pronto Atendimento Paulo Pereira.
Ainda sobre a declaração de que elegendo um candidato do PT, o modelo petista de governar iria retornar, enxergamos isso como algo positivo, pois foi e certamente será uma gestão de programas e ações que:
– Priorizem as comunidades urbanas e rurais, onde residem as pessoas que mais precisam;
– Organizem e respeitem a força do comércio local (empregadores e trabalhadores);
– Apoiem e diversifiquem o desenvolvimento industrial;
– Fomentem as iniciativas de inovação que ampliem o conceito de “Cidade Inteligente” para o conceito município INCLUSIVO;
– Recuperem os direitos dos servidores, com realização de concurso público;
– Restabeleçam o diálogo direto com as comunidades e seus verdadeiros líderes, como foi com o Orçamento Participativo;
– Garantam a importantíssima parceria com o Governador Renato Casagrande, para as obras já contratadas, com implantação de modelo eficiente e ágil na conclusão das que estão em andamento;
– Apresentem ao governador novos projetos, como obras na Rodovia do Caramba;
– Garantam que a relação com o Governo Federal vá para muito além de algumas emendas parlamentares, vamos incluir Cachoeiro novamente nos projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para tornar realidade o novo aeroporto, a conclusão do contorno, entre diversas outras ações;
Um possível governo petista/federação (com alianças mais amplas possíveis) adotará como atitude a continuidade de alguns programas que sejam bons para o município.
Por fim, as manifestações de Victor Coelho de respeito, elogiosas e de reconhecimento da importância do ex-prefeito Carlos Casteglione para a cidade e, agora, como subsecretário de Estado, são recíprocas, e o Partido dos Trabalhadores seguirá dialogando abertamente com o PSB, como é feito em âmbito nacional e estadual, onde as duas siglas têm longo histórico de caminhada conjunta.”.
Diego Libardi
O secretário Diego Libardi também respondeu à fala do prefeito Victor Coelho.
“O conjunto da obra dele depois de 7 anos é ruim, fez muito pouco ou quase nada perto do que poderia, basta andar nas ruas para constatar isso, então recebo essa fala como um grande elogio, pois sou realmente o oposto dele como gestor”, falou Libardi.
Podcast Em Off Tv
A entrevista completa com o prefeito Victor Coelho no podcast Em Off Tv pode ser conferida abaixo: