Senso coletivo: tem, mas acabou.

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Tatiana

Ah, o que escrever aqui após o feedback positivo da última coluna? Penso que se tentar manter a ideia central do último texto, posso ser rotulada e rótulos são para latas, não para pessoas.

Mas posso me ater ao sentido do último texto, que terminou falando pura e simplesmente em empatia. E quando falamos em empatia, tratamos também de senso comum, bom senso, senso coletivo.

Aquela qualidade que todo mundo acha que tem para viver civilizadamente nesse mundo. Mas, na prática, especialmente no serviço público, não é bem assim. Vemos por ai a população em geral fazendo críticas relevantes ao Poder Público e à classe política, que tais agentes não passam de pessoas cuidando de seus interesses pessoais. Essas pessoas muitas vezes se colocam no patamar de grandes cumpridores das leis e boas condutas até que…

Até que para manter a ordem pública seja necessário você ceder, para que o outro seja beneficiado. Aí, pronto!

E, como servidora pública posso dizer com bastante propriedade que, questões de ordem pública de vulto considerável deixam de ser otimizadas por causa do egoísmo de alguns cidadãos.

Outra questão que observo é que, pessoas que não utilizam determinado sistema público são as que mais criticam determinado sistema, sem que ao menos tenham conhecimento de causa, considerando que não são usuários diretos. Mas se para melhorar é necessário que esta mesma pessoa seja impactada de alguma forma, aí não porque é um absurdo que ela tenha que ser incomodada.

E se o Poder Público empenhar ações administrativas, porque geralmente este tipo de cidadão está cometendo uma irregularidade, nasce o discurso que a fiscalização só quer saber de arrecadar.

Esse tipo de cidadão esquece que para viver em sociedade é importante prestar atenção aos sinais dos outros, e ter a consciência que o espaço do outro é fundamental, porque a coletividade é a essência da sociedade e que alguns hábitos, costumes e interesses devem ser partilhados. Portanto, do ponto de visto público, TODOS os cidadãos constituem um corpo coletivo, não devendo proceder como indivíduos e sim como comunidade.

Exemplo? Temos!

Você que quer muito que o transporte público melhore, não para que seja interessante que todos façam uso – inclusive você – mas apenas para que você possa circular com seu carro em paz, porque você não aguenta mais o caos do trânsito, apesar de engrossá-lo todo dia com seu veículo.

Ou você que cobra contrapartidas vultuosas para autorizar a extensão de redes públicas pelo seu terreno, que muitas vezes nem é seu, você que resolveu se apropriar de uma área de servidão, ou invadir uma área de APP, ou construir até o limite do curso hídrico. Geralmente você é a mesma pessoa que reclama da tarifa e da qualidade do serviço.

Ou você que acha que o serviço para ser universal tem que estar presente em toda malha urbana, desde que não passe pela sua porta, nem te incomode com o barulho.

Acredite, isso acontece e muito! No fim das contas a sensação que tenho é que esse discurso do coletivo não passa de toada na boca de quem quer parecer politicamente correto, e na prática nada mais é do que um cidadão egoísta e censurador de tudo aquilo que envolve o público, sem olhar para sua própria conduta. Aquele cidadão que pensa que o fato de pagar seus impostos já lhe garante todo direito e lhe exime de qualquer dever.

Pois é, quem pensa assim perdeu ou nunca teve noção de coletividade, e não se sente parte do ambiente que vive, não possui ideais agregadores, quiçá proposições ou meios para interagir. Esse cidadão não faz parte da sociedade em que vive, cria fatos para ganhar visibilidade simplesmente porque não se apropria do público, uma vez que não terá posse disso sozinho. Falta real de maturidade social, uma vez que há apego à noções individualistas. Em resumo, “farinha pouca, meu pirão primeiro”!

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