“Tem que dar espaço de fala à criança”, diz psicóloga sobre abuso contra menores

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Há um mês, o Em Off Notícias publicou, com exclusividade, que a pandemia do novo coronavírus transforma as crianças em reféns de seus abusadores dentro de casa. A notícia reforça a reflexão sobre o assunto neste Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Por isso, o portal traz as consequências dessa violência nos menores e, mais uma vez, como identificar.

“Podem ser citados o transtorno de estresse pós traumático, transtornos depressivos, transtorno  de ansiedade, além de  prejuízos cognitivos, emocionais, sociais e comportamentais. O desenvolvimento pode ser severamente afetado em alguns casos. O abuso sexual é um evento traumático, onde a criança ou adolescente é exposto a uma situação estressora”, disse a psicóloga Natália de Paulo Abreu ao Em Off Notícias.

“Vale destacar que a violência contra a criança e o adolescente não é considerada somente quando há abuso sexual. A violência pode ser caracterizada também quando existe abuso psicológico, abandono ou negligência”.

Natália destaca que é importante dar espaço de fala à criança. “Levar em consideração o que expressa e principalmente ficar atentos ao que não é dito através de palavras, mas expresso no comportamento da criança. Comportamentos evitativos, medos antes não existentes mudanças de humor significativas devem servir de alerta”.

 

Leia mais:

Crianças viram reféns de abusadores durante a pandemia da Covid-19

 

Postura acolhedora

De acordo com a psicóloga, nas situações onde se é comunicado sobre a ocorrência de uma violência contra crianças ou adolescentes “é fundamental ter uma postura acolhedora, sem julgamento, e principalmente sem insinuações de que a vítima consentiu com o ato, pois tal gesto cria uma situação ainda mais desfavorável , aumentando o estresse da situação e o trauma”.

“Por fim, frente ao aumento de casos de violência contra a crianças e adolescentes, deve-se considerar outros fatores que se somam a atual crise sanitária. Impactos na economia, educação, trabalho tendem a interferir significativamente na organização familiar, pois acabam por dificultar situações já complexas. Assim, evidencia-se a importância de políticas públicas que estejam atreladas às medidas de isolamento, que se fazem indispensáveis”.

Números

A violência sexual contra crianças e adolescentes correspondeu a 11% dos 159 mil registros feitos pelo canal do Governo, ao longo de 2019. Ao todo, foram 17 mil ocorrências desta natureza.

Conforme o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em 73% dos casos, o abuso sexual ocorre na casa da própria vítima ou do suspeito e é cometido por pai ou padrasto em 40% das denúncias. O suspeito é do sexo masculino em 87% dos registros.

Segundo dados do Fórum de Segurança Pública, entre 2017 e 2018, quatro meninas de até 13 anos são estupradas a cada hora no país. Em 2018, o país também bateu o triste recorde de ocorrências de abuso sexual infantil: 32 mil vítimas.

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