Com salários e benefícios atrasados, motoristas e cobradores do consórcio Novotrans, responsável pelo transporte coletivo em Cachoeiro de Itapemirim, ainda podem ficar sem receber o 13º salário caso o subsídio de R$ 1,6 milhão ao sistema de transporte não for aprovado pela Câmara Municipal. O Sindimotorista anuncia que haverá paralisação da frota de ônibus se o projeto de lei não tiver o aval dos vereadores.
“O último dinheiro que os trabalhadores viram foi referente ao mês de setembro. A situação está humilhante: tem vários profissionais endividados, alguns estão morando na casa de parentes e tem outros necessitando de doação de cesta básica. Ninguém aguenta mais esta situação”, disse o presidente do Sindimotorista, Elias Spoladore.
O projeto de lei sobre o subsídio é de autoria da prefeitura e tem como justificativa a garantia do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. O aporte é de R$ 0,15, retroativo a janeiro deste ano.
O valor de R$ 0,15 é a diferença entre o estudo realizado pela Agersa, que apontou que a tarifa deveria ser de R$ 3,35 neste ano; o município decidiu por R$ 3,20. O consórcio alega que opera em dificuldade por conta do referido déficit, impactado pela queda na quantidade de passageiros.
“Os trabalhadores estão sofrendo há três anos com os atrasos de salário. Nos foi garantido que o dinheiro deste subsídio será para sanear a folha de pagamento e é neste sentido que o sindicato atua. Não é justo que o trabalhador pague está conta. É um sofrimento que ninguém vê”, falou o diretor financeiro do sindicato Sérgio Santos de Almeida, mais conhecido como Serjão.
Mobilização
Serjão disse ainda que a categoria dos motoristas ementa mobilizada para comparecer na sessão da Câmara Municipal desta terça (27), quando a matéria será debatida pelos vereadores, podendo até entrar na pauta de votação.
“Estaremos presentes. Se acontecer do projeto não ser aprovado é muito provável que paralisação dos trabalhadores comece no mesmo dia”.