Por Gabi Prado
A 21ª edição do Big Brother Brasil está próxima de encerrar um ciclo de 100 dias que discorreu sobre o itinerário, as particularidades, os defeitos, as qualidades, as afetividades e as complexidades de seus 20 participantes – entre anônimos e famosos. No ar na maior emissora de televisão deste país desde 2002, o BBB alimenta sonhos em grande parte da população da brasileira, mas também é palco dos mais variados causos da vida real – afinal, o mesmo é constituído exatamente disso: pessoas reais.
Eu, espectadora desde os 9 anos de idade, vibrei com a lista de confirmados do Big dos Big ao me deparar com o maior contingente de participantes negros da história do reality. Finalmente, a casa ultrapassou a cota de 2 e abrigou 9 pessoas afro-brasileiras que, num primeiro momento, foram um alívio ao coração e aos olhos: a representatividade, enfim, havia chegado e eu me coloquei a postos para assistir a performance desses ícones e suas trajetórias rumo ao prêmio de R$ 1,5 milhão de reais.
Nem preciso mencionar que o auge foi ler o nome de Karol de Conká; o encanto veio com Lumena que, assim como eu, carrega a dança e a música dentro de si; a admiração gritou com Camilla de Lucas e o sorriso escancarou na minha boca, quando me deparei com a imagem de João e de Pocah. Projota chegou com a força do rap; acompanhado de seu fã Lucas Penteado que, ao lado de Gil, protagonizou uma das cenas mais memoráveis dessa edição E quanto a Nego Dih… esse já era um desafeto, de fato, por suas polêmicas anteriores na internet.
Lamentavelmente, os erros de percurso frustraram as expectativas de quem, assim como eu, estava com o pano em mãos, pronto para ser passado para cada pequeno deslize de seu favorito só que a ninguém imaginaria nunca a gravidade desses deslizes… eles foram grandes demais, assim como a régua da justiça de quem julga e decide, posteriormente, se absolve os “as cobras com K” ou não. E, assim, finalizamos essa edição com uma participante negra na final considera planta pela maioria dos telespectadores.
Enquanto isso, uma parcela branca e masculina de participantes segue recebendo o carinho do público sem, ao menos, demandar uma quantidade considerável de energia em direção à reparação de todos os erros de origem histórica e estrutural que cometeram ao longo de sua estadia na casa mais vigiada do Brasil. Nesses casos, um pedido de desculpa basta. Consegue distinguir?