A quarentena tem exigido que as pessoas, mais do que nunca, busquem o equilíbrio emocional. Afinal de contas, são muitas preocupações e mudanças ocorrendo de uma vez só por conta da pandemia do novo coronavírus, afetando a saúde emocional, a vida profissional, o convívio familiar e as relações sociais. Como consequências, podem surgir ansiedade elevada, esgotamento emocional, estresse e, até mesmo, em alguns casos, depressão.
O psicólogo da Unimed Sul Capixaba Breno Scherrer destaca que entre as principais queixas dos pacientes estão a ansiedade e a dificuldade para dormir. Ele explica que elas estão interligadas, com a ansiedade influenciando diretamente na qualidade do sono, impedindo o descanso reparador e repercutindo, por exemplo, no ganho de peso.
“A ansiedade é algo natural do ser humano, funcionando como um mecanismo de defesa a possíveis ameaças futuras. É um comportamento que possibilita que a pessoa reaja de forma a alterar o presente. O problema é quando a ansiedade se torna patológica, impedindo seguir a rotina e comprometendo as atividades diárias por medo do futuro”, explica Breno Scherrer.
A orientação, nesses casos, é recorrer a alternativas capazes de amenizar a sensação e também o estresse. Uma das formas, segundo o psicólogo, é mantendo-se produtivo e ativo. “A prática de atividade física é uma indicação, com possibilidade da pessoa, improvisando, transformar a própria casa em um ambiente de treino”, recomenda.
Para reduzir os efeitos psicológicos negativos do distanciamento físico, vale também reservar um tempo para ler ou reler um livro, se dedicar a um hobbie ou se desafiar aprendendo a cozinhar, como tem sido muito mostrado nas famílias. Já para garantir o sono reparador, é importante estabelecer horários para dormir e acordar. Além disso, deve-se evitar cochilos vespertinos longos e cuidar para que, à noite, o quarto tenha pouca iluminação e seja aconchegante.
A alimentação é outro aspecto que deve ser observado com atenção, uma vez que o consumo equivocado de determinados itens funciona como válvula de escape para a ansiedade. Por isso, é recomendado evitar açúcares e priorizar a ingestão de alimentos como folhas verdes, nozes e castanha-do-pará.
Cuidado com as crianças
As crianças também necessitam de atenção especial nesse período de isolamento social. “Os pais devem ficar atentos aos sinais que elas apresentam. Para ajudá-las, é importante tentar manter uma rotina, definindo horários para acordar, estudar e brincar, assim como para as refeições e para dormir”, indica.
Breno Scherrer ressalta ainda a necessidade de reservar um período do dia para se dedicar aos filhos, incentivando atividades que irão somar para o aprendizado da criança, além, é claro, de controlar o tempo em que os pequenos permanecem em contato com telas como TV, celular e tablet.
Os pacientes com dificuldade de adaptação nesse momento de pandemia podem contar com o apoio psicológico da Unimed Sul Capixaba. “Temos um serviço disponível para atender de forma presencial essas pessoas quanto por meio de videochamadas”, diz.