Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Espírito Santo (CAAES) desde 2022 e com mais de 30 anos de experiência na profissão, Ben-Hur Farina esteve em Cachoeiro de Itapemirim nessa quinta-feira (13) cumprindo agenda de campanha para as eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), que acontece em novembro.
Ex-apoiador do atual presidente José Carlos Rizk Filho, cuja parceria dissolveu apos Rizk decidir tentar o terceiro mandato, Ben-Hur foca nas mudanças que devem ser feitas na Ordem para, segundo ele, devolver o protagonismo e as prerrogativas à advocacia.
“A advocacia não merece passar pelo o que está passando. Está abandonada, desprestigiada, com falta de representatividade. Quando se fala em mudança, não é por si só: ela vem com atos. Em minha vida profissional já fiz vários trabalhos de mudanças e não preciso ficar provando pra ninguém. É preciso conhecer a advocacia e hoje eu sei a realidade das nossas características nos tribunais, nas varas onde têm as audiências, nas repartições da Previdência que os advogados têm dificuldade de acesso, nos recursos administrativos no Detran etc”.
Em Cachoeiro de Itapemirim, ele visitou escritórios de advocacia e reuniu dezenas de profissionais em evento. O município pertence à 2ª subceção, junto com Vargem Alta, Mimoso do Sul, Muqui e Atílio Vivácqua. Em todo o Espírito Santo, que contém 21 subseções, cerca de 18 mil advogados estariam aptos a votar.
“Muito se fala em marketing; é importante. Eu tenho também; mas mostro trabalho. Não venho pretender um cargo de presidente de três em três anos; eu milito, estou no dia a dia da advocacia”.
Portaria Sejus
Em 2023, a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) estabeleceu portaria que limita o atendimento jurídico dos advogados a detentos. “Entendo que deve haver regulamentação, só que tem que ser dialogada com a advocacia e não ser colocada de cima pra baixo. Mas, o desrespeito é total com a OAB que veio de goela abaixo”, avaliou.
“Vamos devolver o protagonismo e a prerrogativa à advocacia, como ter acesso aos autos, clientes, acesso a requerer uma prova e não ser indeferida. Isso infelizmente está abandonado”.
Ben-Hur também apontou outras questões. “Queremos a prerrogativa do processo andar, porque se anda o juridicionado, que é a população, fica satisfeito; o advogado não tem desgaste com seu cliente e nem com os órgãos constituídos do Judiciário. Processo ficar um ano parado, sem despacho, é inaceitável. Por isso, precisamos reativar o SOS Morosidade, que foi feito no início do mandato, mas, por receio, foi arquivado”.
Candidatos
Também disputarão o pleito da OAB-ES em novembro o atual presidente José Carlos Rizk Filho, José Antônio Neffa Júnior, Érica Neves e Marcus Felipe Botelho.