No dia que Cachoeiro de Itapemirim completa 156 anos de emancipação política, o Em Off Notícias traz esta entrevista com o prefeito Victor Coelho (PSB).
Ele fala do conjunto de obras que está em execução por todo município e reforça aquilo que sempre pregou desde o início de seu primeiro mandato: “cuidar de pessoas”.
Já em seu segundo mandato, Coelho não só expõe com orgulho o que fez, como mantém a vibração para anunciar parte do que os cachoeirenses ainda serão contemplados até dezembro de 2024. Confira a entrevista:
(Em Off Notícias) – Como se deu a definição das obras de infraestrutura prioritárias?
(Victor Coelho) – Minha prioridade sempre será cuidar de pessoas, e, principalmente, de pessoas que mais precisam. A maior carência que vejo em Cachoeiro são de pessoas que há décadas não têm dignidade de ter a sua rua calçada. E graças a Deus, e com muito trabalho, estamos mudando essa realidade.
Quando assumimos a gestão municipal em 2017, encontramos grandes desafios na questão da infraestrutura urbana, em especial, em bairros com carência histórica de investimento, embora houvesse comunidade consolidada na região há décadas. É o caso dos bairros Gilson Carone, Campo Leopoldina, São Lucas, Aeroporto e Coramara, onde já executamos pacotes de drenagem, pavimentação e contenção, beneficiando inúmeras famílias.
Hoje, temos três pacotes que vão beneficiar mais de 200 ruas em diversos bairros e distritos. Meu desejo era poder atender a Cachoeiro inteiro de imediato. Mas, sabemos que a máquina pública tem suas limitações e exigências, e dentro da legalidade, buscamos adequar os recursos que temos em caixa com a despesa necessária que vai garantir a execução da obra do início ao fim.
No caso de pacotes de obras nos quais precisamos de um volume bem maior de investimento, e com os projetos elaborados, buscamos a captação de recursos em editais federais, por exemplo. Neste caso, o valor contemplado já vem com repasse para obras específicas, não podendo ser utilizado de outra forma.
E há obras que estamos conseguindo realizar com a parceria do governo estadual, após muito diálogo, estudo e projetos que demonstraram a necessidade da execução, como é o caso da macrodrenagem da Linha Vermelha que, sozinha, tem um investimento de R$ 55 milhões.
Qual foi o maior desafio para iniciar a série de obras atuais?
Além dos desafios que toda cidade de médio porte passa na questão de orçamento, principalmente as que não contam com repasses mais densos como royalties, por exemplo, passamos por muitos desafios específicos em Cachoeiro. Tivemos a pandemia, que dividimos com todo o planeta, mas tivemos, pouco mais de um mês antes, a maior enchente da história de Cachoeiro, em 2020.
Passamos também pela greve da PM, logo no segundo mês do primeiro governo. Esses são “incêndios” que precisam ser apagados com controle e sabedoria, enquanto mantemos de forma concomitante o funcionamento dos serviços da prefeitura.
Então, se não fosse o trabalho de foco, organização e determinação que mantivemos com as ações necessárias para a reorganização administrativa, criação do núcleo de captação de recursos, empenho na gestão fiscal (sendo reconhecida pelos órgãos competentes como nota A por seis anos consecutivos), contas em dia, trabalho de recuperação de equipamentos que estavam em desuso, otimização de processos internos para diminuir a burocracia, dentre tanta outras ações importantes, provavelmente não estaríamos colhendo hoje os frutos do nosso projeto de melhoria urbana que tanto desejamos.
Como se deu a busca por recursos?
O primeiro passo foi ajustar os custos da máquina pública, diminuindo despesas, otimizando o orçamento, o que resultou num investimento de R$ 55 milhões em obras com recursos próprios do município nos primeiros quatro anos de governo.
Simultaneamente, criamos um escritório de projetos mais capacitado e profissional, para isso, investimos em contratação de empresa terceirizada para projetos mais complexos e reestruturamos o núcleo de captação de recursos da prefeitura de Cachoeiro. A partir disso, passamos a buscar captar recursos em várias frentes.
Inscrevemos nossos projetos em editais do governo federal, como da Caixa Econômica e do Banco do Brasil. Também conseguimos recursos por meio de emendas parlamentares, seja por meio de editais ou parcerias com deputados federais.
Além disso, a parceria com o governo do estado tem contribuído com muitas obras, como a Macrodrenagem, reforma do CRAS do Zumbi, pacote de infraestrutura para 82 ruas e o recapeamento asfáltico, por exemplo. Por fim, fomos aprovados para a contratação de crédito no valor de R$ 85 milhões com o Banco do Brasil em 2021, que tem resultado no novo CRAS do Alto Independência, novo pacote de infraestrutura para 88 ruas, projeto de contenção de encostas, como a feita no Amarelo, e outras tantas melhorias para Cachoeiro.
Além dessa captação específica para obras, temos atuado na reorganização administrativa que resulta hoje em um orçamento anual de R$ 1 bilhão, um aumento de 150% em comparação ao primeiro ano do nosso governo.
E como foi administrar a expectativa da população dos bairros que aguardava a obra diante de todo processo burocrático, comum ao poder público?
Embora a gente tente entender o lado de quem aguarda por melhorias, só quem sai na porta de casa e se depara com lama e poeira sabe realmente o que é. O que a gente faz é sempre manter o diálogo aberto, passamos pelos bairros, conversamos com as pessoas, ouvimos as suas demandas e o nosso compromisso é trabalhar em cima disso para atender o que realmente os moradores precisam.
Elaboramos os projetos e vamos em busca do recurso. E assim já conseguimos fazer a entrega de infraestrutura de inúmeros bairros, e faremos de tantos outros com estes pacotes que estamos em fase de execução e de licitação.
Um exemplo muito claro desse processo é o caso do loteamento Maria Angélica no Monte Belo. Estive lá para conversar com os moradores há duas semanas, propomos a melhoria provisória com Revsol que já está sendo executada e, enquanto isso, finalizamos a elaboração do projeto e vamos partir para a captação do recurso. Tudo de forma muito transparente e com diálogo franco com as pessoas, sempre falando a verdade.
Quais as principais obras em andamento que o senhor destaca?
São inúmeras conquistas em questão de obras, sendo difícil focar em uma área específica, mas sem dúvida, o objetivo principal sempre foi melhorar a vida das pessoas, fazendo com que o cachoeirense se orgulhe do seu lugar. Podemos falar do Centro de Eventos, no Parque de Exposições, que vai contribuir na ampliação do turismo de negócios e de entretenimento, colocando Cachoeiro em destaque na região como sede de grandes eventos, movimentando assim a economia, gerando emprego e renda.
Podemos falar da enorme conquista que é a execução da macrodrenagem da Linha Vermelha, investimento que vai solucionar um problema que parecia sem solução – devido ao altíssimo investimento necessário, (R$ 55 milhões só na primeira etapa) – os alagamentos na região no Nova Brasília que atingem famílias e comerciantes há mais de 40 anos.
Temos um pacote de infraestrutura de 82 ruas em execução e outro e com 88 ruas em licitação que vão levar drenagem, pavimentação, contenção e escadarias onde antes era só barro.
Temos também muitos equipamentos públicos sendo construídos, reestruturados e ampliados, como as escolas Padre Gino no Gilson Carone e Zilma Coelho, a “Campanha”, no Ferroviários, o Cras do Independência, duas novas unidades de saúde, uma no Vila Rica e uma no Zumbi, o Salão de Lutas e o campo society no Rubem Braga, a restauração e dedicação ao setor cultural do Palácio Bernardino. Então, 2023 e 2024 serão anos de muita coisa boa para a população cachoeirense. É tempo de colher tudo que semeamos.
O que os cachoeirenses ainda podem esperar em relação à execução de obras neste ano?
Com certeza teremos muitas entregas neste ano, estamos fazendo as entregas do Campo Bom de Bola no Jardim Itapemirim, da reforma e ampliação do CRAS do Zumbi, a nova unidade de saúde do bairro Ferroviários e as obras de recapeamento asfáltico que melhoraram a mobilidade em vias fundamentais da cidade.
Em breve, entregaremos a nova sede do Banco de Alimentos, o novo Cras do Independência, a reforma e ampliação da escola Padre Gino no Gilson Carone, o centro de eventos no Parque de Exposições, o Palácio Bernardino Monteiro, uma nova quadra poliesportiva em Soturno, o Salão de Lutas no Rubem Braga e as ruas onde já estamos executando drenagem e pavimentação, que no momento temos frentes de obras no Aeroporto, Marbrasa, Central Parque e Córrego dos Monos, mas que vão avançar para outros bairros até o fim do ano.
Essas são para citar apenas algumas, porque temos equipes de manutenção em prédios, ruas, praças, escolas, unidades de saúde. É realmente muita coisa acontecendo de bom em Cachoeiro, e teremos muito trabalho sendo executado até dezembro de 2024, se Deus quiser!
