O Em Off Notícias inicia nesta sexta-feira (13) série ‘Enchente histórica’, de cinco matérias, sobre a maior enchente da história de Cachoeiro de Itapemirim. Nelas, o site traz as principais ações de apoio que a municipalidade concedeu às vítimas da cheia do rio Itapemirim, tanto no lado humanitário quanto para acelerar a retomada da economia da cidade. Os próximos textos serão divulgados nos dias 16, 18, 19 e 20.
Muita chuva na região do Caparaó capixaba. O volume do rio Itapemirim crescendo e o nível subindo metro a metro. Mais uma enchente já deixava de ser previsão e se concretizava na certeza da população. Moradores ribeirinhos e parte do comércio começaram a retirar seus pertences. No entanto, ninguém imaginava que não seria ‘mais uma’; e sim, a maior enchente da história.
No início da semana que antecedeu o trágico 25 de janeiro de 2020, a prefeitura iniciou reunião de planejamento a respeito das fortes chuvas ainda previstas para o período. E emitiu o ‘Alerta Vermelho’. Na véspera do desastre, com ocorrências registradas em alguns pontos do município, fora assinado decreto de Situação de Emergência. Após a enchente, foi a vez do decreto de Situação de Calamidade Pública.
Talvez, nem todos sabem da importância do decreto ‘Calamidade Pública’. Ele permite que sejam agilizados os procedimentos para a realização de obras e aquisição de bens e serviços para a recuperação da cidade.
Segundo a prefeitura, o documento também ratifica a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a coordenação da Defesa Civil e autoriza a administração a convocar voluntários para as ações de resposta ao desastre.
E o tamanho do estrago foi assustador. Três dias após a enchente, calculava-se prejuízo estimado de R$ 120 milhões no comércio e R$ 1,4 milhão em prédios e equipamentos públicos. Na área rural, as perdas estavam aproximadas a R$ 20 milhões, com nove pontes danificadas e 111 quilômetros de estradas a serem recuperadas.
Já quanto à infraestrutura urbana, a previsão de gastos era superior a R$ 12,5 milhões para a construção de juros de arrimo em 32 ruas, R$ 4,5 milhões em tapa-buracos, R$ 542 em recapeamento de vias urbanas e R$ 7 milhões em recuperação de pontes e calçadas.
Ajuda humanitária
Foram muitas as doações. Para as famílias atingidas pela enchente, foram doadas 22 toneladas de alimentos, itens de higiene, móveis, colchões, eletrodomésticos, entre outros. Os donativos foram recebidos na escola municipal Zilma Coelho Pinto, no bairro Ferroviários.
Ainda no mês de janeiro, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes) já tinha assistido mais de 2,4 mil pessoas. As famílias cadastradas foram monitoradas pela prefeitura e receberam auxílios, como o fornecimento de cestas básicas, água potável, colchões e materiais de limpeza e higiene. A prefeitura também abriu conta bancária para doações em dinheiro para a reconstrução do município.
Mais de 14 mil toneladas de entulho e lama retiradas
Muita sujeira, lama e detritos resultantes da inundação. Mercadorias estragadas na porta das empresas na área central da cidade. Um cenário semelhante a um pós-guerra. Já no domingo (26), quando o nível do rio Itapemirim baixou consideravelmente, iniciou-se o trabalho de limpeza da cidade.
Em apenas quatro dias após a enchente, a prefeitura, em atuação diuturna, removeu 740 toneladas de entulhos das ruas. Isso, foi feito a partir de força-tarefa com cerca de 250 profissionais e mais de 40 veículos e máquinas.
Isso, ainda era pouco. Uma semana após o ocorrido, a prefeitura realizou um mutirão de limpeza, que contou com 300 pessoas e mais 40 máquinas e equipamentos. Havia também três equipes trabalhando nos distritos de Conduru, Coutinho e Pacotuba.
Ao todo, 14 mil toneladas de entulho e lama foram retiradas das ruas e outros locais públicos, como praças e quadras de esporte.
Vacinação
O contato das pessoas com as águas do rio Itapemirim gerou preocupação à administração pública, devido ao aumento de doenças infecciosas, sejam respiratórias ou de transmissão hídrica e alimentar. Dentre elas, a contaminação pelo vírus Hepatite A, transmitido por meia da água e de alimentos infectados.
A vacina foi disponibilizada na sede e também no interior em ação emergencial para a população acima de 7 anos de idade residente nas áreas afetadas pela enchente. As crianças entre 5 e 7 anos, que ainda não tinham recebido a dose, também foram contempladas.